Por Doriane Araújo e Lilian Rose
Freire,
inicia sua obra "Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à pratica educativa" salientando como analisa a pratica pedagógica do educador em
referencia a autonomia do saber e do ser na sua praticidade. Mostrar o
conhecimento que o aluno traz para sala de aula. Sendo este o indivíduo
histórico do saber. Demonstrando que o professor não é o dominador do
conhecimento desenvolvendo o seguinte: não há ensino sem pesquisa nem pesquisa
sem ensino (p. 32).
Para
Freire, saber pensar e não ter certeza de suas próprias certezas, é criticar,
analisar, e junto ao educando desenvolver onde querem chegar objetivando melhor
domínio. Nisto cria-se um ambiente de dialogo, liberdade de expressão e troca
de experiência, com isso inicia o desejo do saber necessário. Mostrando que vai
vencendo as teorias que surte efeito. “o educador que “castra” a curiosidade do
educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos,
talhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventura-se. Na forma
domestica” (p. 63). O autor relata que deve haver esta postura na pratica
pedagógica caso contrario o ensino aprendizagem tornou-se ociosa, o autor
declara nesta obra que a capacidade de aprender com alegria mesmo diante dos
riscos faz parte do saber, é notável também ver que a especificidade humana do
ensino enquanto competência profissional e generosidade pessoal sem
autoritarismo e arrogância. Só assim, diz ele nascerá em clima de respeito
mutuo e disciplina saudável entre “a autoridade docente e as liberdades dos
alunos, reinventando o ser humano na aprendizagem de sua autonomia (pa. 105). Com
isso não é considerado uma parte disciplina em docência e discência.
Nesta
obra é possível identificar uma pedagogia alicerçada na ética, logo surgirá o
respeito a dignidade e a própria autonomia do educando (CP.11).
Paulo
Freire declara que ensinar é uma arte de amor ao profissionalismo, é unir, reunir,
agrupar os diferentes igualando-os ao mesmo patamar com as mesmas necessidades
de ser artistas do grande saber. Conseqüentemente teremos indivíduos
competentes, tendo domínio sendo assim o indivíduo histórico – cultural com
capacidade de socialização mantendo uma consciência da busca constante pelo
melhor saber, para saber fazer a diferença, suportando assim uma sociedade com
desigualdade social formando educadores capazes dentro da ética universal citada
por Paulo.
Ele
destaca também as diferenças entre treinar, educar, e ensinar, parte da obra
retrata também a postura do educador e sua influência dentro e fora de sala de
aula. No entanto é mister saber que ensino não é algo concreto pronto e
definitivo, faz-se necessário, avaliar, conhecer os autos e baixos tantos dos
seus educandos quanto de se próprio; ambos criando ambiente salutar respeitando
suas particularidades, limites e deficiências. É aguarda do educando e educador
a tranqüilidade, segurança e esperança.
Nisto
é possível uma praticidade e um futuro compromissor construído com produção e
conhecimento. Forma-se um conjunto do saber fazer tanto para educando quanto
para educador: ensinar com ética, praticar praticas e teorias andando juntas,
pesquisador do saber todas essas devem ser tratadas com respeito e
responsabilidades. Não podemos nos assumir como sujeito da procura da decisão,
da ruptura, da opção como sujeito histórico, transformador a não ser
assumindo-nos como sujeitos éticos (...) é por esta ética inseparável da
pratica educativa, não importa se trabalhando com crianças,jovens adultos, que
devemos lutar (p.17 e 19).
É
observado nesta obra a que esta da vocação superando a desigualdade do salário
que o educador receber. Este educador supera tal obstáculo mantendo a função de
cumprir seu dever, buscando alternativa do melhor como foi dito antes a
curiosidade e a capacidade inovadora para o educando.
Segundo
Freire é a demanda profunda e superficialidade na compreensão e interpretação
dos fatos, ou seja, quem pensa correto é aquele que busca seriamente a
segurança na argumentação, sendo assim, vai gerando uma consciência critica e a
busca no centro das barreiras que dificulta o aprendizado, fazendo uma ligação
uma curiosidade que deve ser democrática, pois a medida que os problemas vão
sendo diagnosticados, o educador juntamente com o seu educando buscam saberes
mantendo uma postura de transformação social. Manifestando assim o que é
possível mudar.
Podemos
ver que um das principais mensagens desta obra é o amor ao ensinar. Podemos
assim dizer que é um dom que não cabe a todos os homem e mulheres é algo
simplesmente particular que reunindo com a vontade de aprender entre professor
e aluno que gera uma autonomia genuína e real no campo da educação, formando
indivíduos com capacidade para transformar fazendo assim a diferença num
sistema sócio – econômico – político tendo a certeza que o sistema
opressor não influenciará na informação
obtida.
O
livro apresenta inúmeras contribuições ao leitor e cabe destacar a naturalidade
apresentada pelo autor ao lidar com sua visão política durante todo o livro de
forma educada, mas não menos apaixonada. Apresenta a politica como algo que
merece grande destaque, pois vivemos uma realidade política em que ninguém tem
lado, ninguém acredita e nem desacredita de algo. Freire destaca a
impossibilidade de se manter uma neutralidade frente aos fatos cotidianos que
cercam o ambiente escolar sem tentar impor suas crenças aos demais, acredita
veementemente que se pode ter uma condição política, por exemplo, desde que se
mantenha uma ética moral.
O autor quer dizer que a sociedade está ai,
confeccionada por diversos indivíduos, uns que se omitiram e apenas se
adaptaram e poucos que se inseriram e modificaram algo. Nesse momento o autor
provoca o leitor a pensar sobre o “pra que estamos aqui?”, “qual o sentido da
nossa existência como educadores”. Freire acredita veementemente que estamos
aqui, como educadores e eu incluo os psicólogos escolares para despertar a
curiosidade nos alunos, uma curiosidade autônoma, cientifica, metodológica e
através deste nível de curiosidade construir o conhecimento. O autor adverte
sobre a dificuldade de despertar a autonomia nos alunos, pois tornar-se
autônomo requer pratica nos momentos de decisão. Sendo assim o educador deve
instigar o aluno a decidir e só desta forma esse aluno adquire autonomia frente
a situações do cotidiano
Obra,
a última de Paulo Freire em vida, é um convite apaixonado e intenso a todo
profissional que aspira ser um educador crítico e autor do seu processo de
formação. Ele deixa claro que os saberes necessários à prática docente,
problematizados ao longo do livro, estão todos ancorados na sua forte convicção
de que a Educação é um processo, político, ético, estético, histórico, social e
cultural. Por outro lado, esses saberes denunciam a necessidade de o professor
assumir-se um ser pensante. Curioso, que duvida e faz da sua fala um
aprendizado de escuta. Humilde, que, embora se reconheça condicionado por
circunstâncias sociais, econômicas e culturais, não é um ser incapaz de gestar
transformações. Competente, que estuda, se prepara e tem o domínio do conteúdo
que ensina. Por fim, generoso consigo próprio para que o possa ser com o aluno.
Em razão do meu envolvimento nas discussões que levaram à produção da obra,
recebi de meu pai um convite para escrever o prefácio do livro. Infelizmente
naquele momento, não fui capaz de aceitar, pois não me sentia suficientemente
preparada. Lembro-me ainda hoje da forma generosa com a qual ele acolheu a
minha incapacidade de dar conta do desafio.
Na formação permanente dos
professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a
próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem
de ser tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu
'distanciamento' epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve
dela 'aproximá-lo' ao máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais
inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade exercem em
torno da superação da ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto
mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de mudar, de promover,
no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica.
Não “é possível a assunção que o sujeito faz de si numa certa forma de estar
sendo sem a disponibilidade para mudar.” (FREIRE, p. 165,1996)
Este fragmento do livro de
Paulo entendeu como uma grande conclusão de tudo que o mesmo quer dizer.
Sobre o autor:
Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/9/1921 na
cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com
pequenos galhos de árvore no quintal da família. Com 10 anos de idade, a
família mudou para a cidade de Jaboatão. Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela
língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito
na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito,
casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem
teve cinco filhos e começou a lecionar no
Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de
adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de
Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e
princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de
adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta
forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica
e atuante na vida social e política.
No começo de 1964, foi convidado pelo
presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização.
Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire
foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e
na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua
principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire
detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de
1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de
secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou
um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto,
em 2/5/1997.
Ele deixou um legado de imensa contribuição para a educação, com reflexos
em áreas como a filosofia, a arte, a física, a matemática, a geografia, a
história, a literatura, entre outras. Será para sempre um mestre, um expressivo
homem de todos os tempos.
Principais obras de Paulo Freire:
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